quarta-feira, 16 de julho de 2008

Há Algo de Podre no Reino da Dinamarca


"PM erra e mata mais um inocente" - diz a levemente *tendenciosa manchete no jornal.

*visto que o procedimento de abordagem da PM não foi errôneo. O erro em questão foi após o ocorrido, em relação à postura dos policiais, que com despreparo e até certo desleixo, socorreram o bandido e vítima.
Em outro caso, o ato claramente absurdo que vitimou o menino de 3 anos na Tijuca deixou todos perplexos e indignados, inclusive eu. De quem é a culpa dessas manchetes, de tudo isso que ocorre aí?

Desvios de conduta por parte de indivíduos na sociedade acontecem e o que se espera é a punição prevista em lei, para todos. Mas sempre fico me perguntando por que é moda criticar a polícia, até quando não acontece nada?

E acho sempre a mesma resposta: As pessoas simplesmente não sabem nada sobre as polícias. Querem exemplos? Estes são comentários dos leitores, sobre a triste morte do funcionário do O Globo, motivo da notícia que abre o post:

1 - "(...) Por que não aguardou reforço antes de atirar, sabendo do risco à vida de inocente? É hora de instruções de reciclagem e armas menos letais (...)"

Não há quem não revide quando bandidos atiram em você. É a lógica e o procedimento. Como aguardar reforço tomando tiros? Armas menos letais? Primeiro suba o morro, convença o traficante a usá-las e então ganhe o Nobel da Paz.

2 - "Sr. Beltrame, a polícia estaria correta se atirasse nos pneus do carro, chamasse reforços, e protegesse o sequestrado, e o senhor deveria aprender a responder esse tipo de pergunta"

3 - "Uma pergunta: por que a polícia militar não treina para atirar em pneu de carro em movimento? Não entendo do assunto, mas acho que armas que disparam grande quantidade de tiros estourariam pneus. Qual a dificuldade? Gostaria de resposta de uma autoridade"


Alôô, parem de ver filmes tipo Máquina Mortífera e vivam a realidade porra! Essa abordagem, com tiros, não existe gente... E se fosse cabível, aposto que se a polícia tivesse feito isso e o bandido tivesse dado um tiro no refém como retaliação, todos cairiam de pau na PM do mesmo jeito.
4 - "Até quando teremos que esperar para que, lucidamente, a PM do Rio de Janeiro seja extinta? Quantos assassinatos mais terão que perpetrar? (...)"

Extinguir a polícia? Então coloca logo um ladrão como presidente do Brasil... OH nããão, já fizeram!!!

Essas são algumas das bizarrices. Este é o tipo do comentário do cidadão médio, que lê jornal e que desconhece o trabalho da polícia, seja ela qual for. Um soldado da PMERJ ganha R$ 831,81. Além de ser odiado pelo bandido, pelo morador de favela, pelo rico, pelo usuário de drogas, ser perseguido pela imprensa tendenciosa, sofrer com a corrupção dos próprios policiais, receber uma miséria de salário e correr risco de vida o tempo todo, o policial honesto ainda tem a desvantagem de que a maior parte da sociedade não sabe como funcionam as engrenagens de seu trabalho e é fato que ninguém apóia algo que desconhece.

Enquanto o carioca tentar se enganar dos problemas do Rio, tentar esconder o nítido estado de guerra enaltecendo a beleza da cidade vai dar nisso. Não só no Rio – cada cidade tem seu engodo – mas no Brasil todo, fecharam os olhos por muito tempo.

Sim, defendo o bom policial, o policial honesto que trabalha e exerce um papel vital na guerra que há. Para os corruptos e contraventores da lei, policiais ou não, devem ser aplicadas as punições cabíveis, com rigor, total imparcialidade e tranparência.

"Delegados que investigaram Dantas deixam o caso" é outra manchete do mesmo jornal. Em meio a justificativas um tanto superficiais, mais uma vez enfraquecem o trabalho da PF. E já se fala em projeto para coibir “abuso policial”. Curiosa essa iniciativa de urgência...

Por aí vão os políticos, abonados pelo poder supremo, concedido por este povo manco. Dão sequência à podridão do sujo jogo político, seguem constantemente atentos na desmoralização do bom trabalho de investigação da Polícia Federal, pois este, em certas ocasiões, é perigoso para certas pessoas poderosas, que tem o rabo de muita gente na mão.

O cidadão comum, que passa fome de educação, não entende e não lida bem com isso. Ataca a conseqüência ao invés da causa. Sob essa ótica, a polícia se torna o objetivo mais nítido, a primeira parede que representa o estado negligente e opressor. O cidadão usa "dois pesos e duas medidas" quando critica a corrupção da polícia, já que ele também a alimenta generosamente. Generaliza os policiais, não porque enxerga um problema pertinente exclusivamente neles, mas sim porque não enxerga a sua parcela de culpa, e de todo o resto que não usa uniforme.

É... definitivamente há algo de podre no reino da Dinamarca...

2 comentários:

Fabrício Menna disse...

"policial hoje em dia eh tudo corrupto, mané, tive q largar dezão na mão do cara pra ele me liberar!"

Thiago Miguez disse...

srrs é Menner... É foda, sempre assim.